Prisão preventiva: qual a definição e as condições?

A prisão preventiva é uma medida do Código de Processo Penal (CPP). Ela é usada antes do julgamento final. No Paraná, 35.292 pessoas estão presas, de acordo com o CNIEP.

Essa definição de prisão preventiva precisa de uma justificativa judicial. Isso inclui risco à ordem pública ou à investigação. A prisão deve ser excepcional, com uma análise cuidadosa das provas e das leis.

Ponto-chave

  • A prisão preventiva é temporária e requer indícios de autoria e materialidade do crime.
  • Sua decretação exige análise de risco de fuga ou destruição de provas.
  • No Paraná, 6.437 pessoas estavam em prisão temporária em janeiro de 2024.
  • Pode ser revogada se as condições que a justificaram cessarem.
  • Há alternativas, como prisão domiciliar, mas a excepcionalidade é regra legal.

O que é prisão preventiva no sistema judiciário brasileiro

Prisão preventiva é uma medida no Brasil para manter a ordem e garantir o andamento do processo. Ela segue as regras da legislação prisão preventiva. Essas regras são muito específicas.

Diferença entre prisão preventiva e prisão temporária

Característica Prisão Preventiva Prisão Temporária
Objetivo Garantir ordem pública e instrução processual Ajudar investigações complexas
Duração máxima Indefinida até o julgamento 5 a 30 dias, renováveis
Base legal Código de Processo Penal (CPP) artigos 311-316 Lei de Organizações Criminosas

Base legal da prisão preventiva no Código de Processo Penal

A legislação prisão preventiva está no CPP. Os artigos 311 a 316 dizem que:

  • A prisão só é permitida com prova de crime e indícios de quem fez;
  • O juiz deve ver se é necessário e se é justo;
  • O STF e STJ controlam se as regras estão sendo seguidas.

Histórico da prisão preventiva no Brasil

Desde 1941, a prisão preventiva tem evoluído:

  • 1988: A Constituição enfatizou a presunção de inocência;
  • 2016: Mudanças no CPP exigiram revisões a cada 90 dias;
  • Hoje, o STF usa-a apenas em casos muito graves.

Definição de prisão preventiva segundo a legislação atual

A definição de prisão preventiva é encontrada no Código de Processo Penal (CPP). É uma medida cautelar decretada por um juiz. Ela ocorre durante a investigação ou processo para manter a ordem pública.

Para ser aplicada, é necessário provar a materialidade do crime e indícios de autoria. Também é preciso mostrar que o réu pode representar um perigo se estiver em liberdade.

  • A legislação prisão preventiva exige fundamentação rigorosa, conforme reformas da Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime).
  • A prisão só é válida se houver risco à ordem pública, ao processo ou à aplicação da lei, comprovado por fatos específicos.
  • Leis como a 12.403/2011 e 13.964/2019 restringiram o uso, exigindo análise de critérios objetivos.
Elemento Legal Requisito
Base Legal Art. 312 e 313 do CPP
Objetivo Garantir ordem pública e instrução criminal
Limite de Tempo Revisão a cada 90 dias, sob pena de ilegalidade

Desde 2015, 1,6 milhão de audiências de custódia foram realizadas. Em 654 mil casos, houve liberdade provisória. Em 994 mil, a prisão preventiva foi mantida.

A legislação atual proíbe a decretação baseada apenas na “gravidade abstrata do crime”. Exige-se análise de riscos concretos. O juiz só pode autorizar a prisão se houver pedido do MPF, delegado ou parte interessada, salvo em casos de urgência.

Requisitos fundamentais para decretação da prisão preventiva

Para que a prisão preventiva seja decretada, a lei exige três requisitos prisão preventiva importantes. Primeiro, é necessário comprovar a existência do crime com indícios materiais. Segundo, é preciso ter indícios sólidos de que o suspeito esteja envolvido. Terceiro, a prisão é necessária para garantir a ordem pública ou o andamento do processo.

“A prisão preventiva é medida excepcional, cabível apenas quando a liberdade do acusado coloque em risco a justiça ou a sociedade.”

Os requisitos prisão preventiva estão no Código de Processo Penal (CPP). Veja os critérios fundamentais:

  1. Prova da materialidade do crime: Documentos, testemunhas ou evidências físicas que confirmem a ocorrência do delito.
  2. Indícios de autoria: Elementos que vinculem o investigado ao crime, como localização na cena ou histórico criminoso.
  3. Condições para prisão preventiva: Risco à ordem pública, ameaça a testemunhas ou obstáculo à investigação.
Requisito Base Legal Descrição
Materialidade do crime Art. 312 CPP Necessidade de evidências concretas da prática do delito.
Indícios de autoria Art. 312 CPP Elementos que relacionem o suspeito ao crime, mesmo sem prova definitiva.
Cabimento legal Art. 313 CPP Casos como crimes graves (pena superior a 4 anos), reincidência ou violência doméstica.

A fundamentação judicial deve explicar por que medidas menos rigorosas não são suficientes. Sem esses condições para prisão preventiva, a decisão pode ser questionada perante o judiciário.

Prisão preventiva: qual a definição e as condições previstas em lei?

A prisão preventiva tem regras claras para ser usada. O Código de Processo Penal (CPP) explica isso nos artigos 311 a 316. O juiz só pode aplicar se houver fumus boni juris e periculum libertatis.

Condições obrigatórias para a aplicação da medida

Para a prisão preventiva, são necessários três pontos:

  • Prova de que o crime foi cometido;
  • Indícios fortes de quem fez o crime;
  • Risco de que o crime continue ou atrapalhe o processo.

O artigo 313 do CPP mostra exemplos. Isso inclui crimes graves, como homicídio e tráfico de drogas.

Crimes que podem levar à prisão preventiva

Crimes comuns, como homicídio e tráfico, podem levar a prisão preventiva. O artigo 312 do CPP fala em ameaças à ordem pública. Em 2023, 663 casos no STJ usaram “garantia da ordem pública” como motivo.

A lei 13.964/19 busca alternativas, mas a prisão preventiva ainda é comum. Hoje, 208 mil pessoas estão presas esperando julgamento. E 69% delas são negras.

Justificativas legais para o decreto de prisão preventiva

A justificativa prisão preventiva deve seguir critérios específicos do decreto de prisão preventiva. O artigo 312 do CPP estabelece quatro justificativas aceitas para essa medida:

“A decretação da prisão preventiva fundamentar-se-á em uma ou mais das seguintes circunstâncias: I – garantia da ordem pública; II – garantia da ordem econômica; III – conveniência da instrução criminal; IV – assegurar a aplicação da lei penal.”

justificativa prisão preventiva

Justificativa Legal Exemplo de Aplicação
Garantia da ordem pública Risco de novos crimes ou perturbação social
Garantia da ordem econômica Casos de lavagem de dinheiro ou desestabilização financeira
Conveniência da instrução criminal Impedir obstrução de testemunhas ou destruição de provas
Assegurar a aplicação da lei penal Criminosos que atentam contra a segurança jurídica

O decreto de prisão preventiva exige uma análise detalhada. O projeto de lei 226/24 atualiza critérios, como a periculosidade do acusado. Isso se baseia em:

  • Modo premeditado de agir;
  • Pertence a organização criminosa;
  • Posse de armas ou drogas em quantidade relevante;
  • Risco de fuga ou repetição de crimes.

É proibido fundamentar a medida apenas na “gravidade abstrata” do delito. Prova da materialidade do crime e indícios de autoria são essenciais, conforme o CPP.

Como funciona o processo de decretação da prisão preventiva

O decreto de prisão preventiva segue um processo legal. A decisão do juiz vem após análise de pedidos formais. Isso inclui risco à ordem pública ou obstrução de investigação.

Quem pode solicitar a prisão preventiva

Três agentes podem pedir a prisão: o Ministério Público, o querelante e a autoridade policial. A Lei 13.964/2019 mudou isso em 2019. Agora, a fundamentação precisa é essencial.

  • Ministério Público: com base em investigações formalizadas
  • Querelante: quando há ação penal privada
  • Autoridade policial: em casos de flagrante ou novos indícios

O papel do juiz na avaliação do pedido

O juiz verifica requisitos prisão preventiva como histórico criminal. Ele olha se há ameaça à testemunhas. O art. 315 do CPP diz o que deve ser verificado:

  • Risco de fuga ou retaliação
  • Participação em organizações criminosas
  • Quantidade e natureza de drogas/armas

Fundamentação necessária na decisão judicial

Decisões precisam de fundamentação concreta. Por exemplo:

“A decisão deve vincular-se a fatos atuais, como a fuga recente do acusado, e não apenas repetir normas legais.”

O STF diz que a fundamentação deve focar em fatos específicos. Isso inclui a gravidade do crime ou a conduta do réu, conforme o art. 316 do CPP.

Desde 2019, mais de 1,6 milhão de audiências de custódia aconteceram. 39% resultaram em liberdade provisória. A decisão judicial dá prioridade a fatos atuais, como mostra o Acórdão 1397531 (2022).

Prazos e duração da prisão preventiva no Brasil

A prisão preventiva não tem um prazo máximo. Mas a lei 13.964/19 trouxe regras claras. O juiz revisa as condições para prisão preventiva a cada 90 dias.

Isso garante que a medida ainda seja necessária. Antes, muitos ficavam presos por anos sem revisão. Isso gerou críticas por ser excessivo.

A questão do excesso de prazo

Antes da reforma, 30% dos presos estavam em prisão provisória. Muitos ficavam presos por muito tempo. Hoje, o artigo 316 do CPP exige justificativa para prorrogações.

Se os riscos de fuga ou obstrução da justiça diminuírem, a prisão deve ser revogada.

Jurisprudência sobre a duração razoável

Os tribunais analisam vários fatores. Eles consideram:

  • Complexidade do caso;
  • Número de réus envolvidos;
  • Comportamento do acusado durante o processo.

O STF diz que a prisão cautelar não pode durar mais de 81 dias sem justificativa. A súmula 52 do STJ também afirma que a duração deve ser proporcional à gravidade do crime.

Após 90 dias, a prisão só é revogada se os motivos originais desaparecerem.

Essas mudanças visam evitar prisões eternas. Mas, a aplicação depende do cumprimento rigoroso das regras de revisão.

Alternativas à prisão preventiva: medidas cautelares diversas

O Brasil tem outras opções além da prisão preventiva para o processo penal. O artigo 319 do Código de Processo Penal (CPP) lista nove alternativas. Elas incluem monitoramento eletrônico e comparecimento mensal em juízo. Essas medidas buscam substituir a prisão quando possível.

  • Comparecimento periódico em juízo;
  • Proibição de contato com vítimas ou testemunhas;
  • Monitoramento eletrônico com pulseira;
  • Recolhimento noturno em residência;
  • Prestação de fiança;
  • Suspensão de atividades profissionais ligadas ao crime;
  • Proibição de sair da comarca;
  • Internação provisória (em casos específicos);
  • Limitação de viagens ao exterior.

“A prisão preventiva só deve ser adotada quando outras medidas não forem suficientes”, diz o CPP no artigo 282, §6º. Essa regra reforça a excepcionalidade da prisão preventiva, que exige justificativa rigorosa.

O juiz analisa cada caso para escolher a melhor medida. Por exemplo, o monitoramento eletrônico pode substituir a prisão em crimes menos graves. Isso desde que o acusado siga regras, como comparecer a entidades públicas. Se ele não cumprir, a prisão preventiva pode ser imposta, conforme o artigo 319, §4º.

Estudos indicam que 45% dos casos no Brasil usam fiança como alternativa. A lei busca restrições menos drásticas, como limitar acesso a locais específicos. A substituição por penas restritivas de direitos (CPP, art.44) só ocorre quando a pena máxima for inferior a 4 anos e não houver violência, exceto em casos de violência doméstica (Súmula 588 do STJ).

O artigo 320 permite combinar medidas, como fiança com recolhimento noturno. Essas combinações podem reduzir o uso excessivo da prisão preventiva. Em 2023, a prisão preventiva atingiu 38% dos processos criminais no país.

Possibilidades de revogação da prisão preventiva

A prisão preventiva pode ser revogada se os requisitos prisão preventiva não forem mais válidos. Isso acontece quando novas evidências aparecem ou as condições que justificaram a prisão mudam.

Habeas corpus: combate a prisões ilegais

O habeas corpus é um recurso para desafiar prisões ilegais. A defesa pode usá-lo em qualquer momento, conforme o art. 658 do CPP. O STF já decidiu casos que libertaram réus por prazos excessivos.

  • Procedimento: requerimento ao tribunal competente, com argumentos baseados na definição de prisão preventiva e jurisprudência.
  • Decisões recentes: 30% dos habeas corpus relacionados a prisões preventivas são deferidos, segundo dados de 2023.

Mudanças nas circunstâncias do processo

Se o risco de fuga diminuir ou houver colaboração com as investigações, a prisão pode ser revogada. Exemplos incluem:

Situação Exemplo
Ausência de prova materialidade Nova perícia descarta envolvimento do acusado.
Excesso de prazo Prisão mantida por mais de 180 dias sem reavaliação.
Colaboração com a justiça Acusado entrega evidências ou testemunhas.

Após a revogação, o réu pode ser liberado com condições, como uso de tornozeleira ou comparecimento mensal. Mais de 31% dos presos no Brasil estão em prisão preventiva. Entender esses mecanismos é crucial.

Conclusão

A legislação prisão preventiva define regras claras para o decreto de prisão preventiva. O artigo 312 do CPP diz que a prisão só é permitida em casos de risco de fuga, obstrução da justiça ou perigo à sociedade. O Acórdão 1276716 (2020) mostra que a justiça deve garantir que a prisão seja necessária.

Os tribunais buscam entender se os motivos para a prisão ainda existem. No Acórdão 1401324 (2022), a prisão foi mantida por indícios recentes. Mas a Constituição (art. 5º, LVII) pede que a presunção de inocência seja respeitada. O Acórdão 1376148 (2021) destaca a importância de revisar os motivos periodicamente.

Alternativas como tornozeleira ou comparecimento judicial são preferidas quando possível. A legislação prisão preventiva afirma que a prisão deve ser proporcional. A segurança pública e os direitos individuais dependem de decisões justas, conforme os artigos 312 e 282 do CPP.

FAQ

O que é prisão preventiva?

A prisão preventiva é uma medida antes do julgamento. Ela garante a eficácia do processo criminal. Não é uma pena, mas uma ação excepcional do Estado.

Quais são as condições para a decretação da prisão preventiva?

Para a prisão preventiva, é necessário o fumus commissi delicti e o periculum libertatis. Também é preciso prova do crime e indícios de autoria.

Quais são as justificativas legais para a prisão preventiva?

As justificativas incluem a garantia da ordem pública e econômica. Também a conveniência da instrução criminal e a necessidade de aplicar a lei penal, conforme o artigo 312 do Código de Processo Penal.

Quem pode solicitar a prisão preventiva?

O Ministério Público, o querelante e a autoridade policial podem solicitar. O juiz também pode, mas isso foi limitado por leis recentes.

Qual é a diferença entre prisão preventiva e prisão temporária?

A prisão preventiva garante o processo penal em casos específicos. Ela não tem prazo. Já a prisão temporária é para investigações e tem prazo fixo.

A prisão preventiva tem um prazo máximo estabelecido por lei?

Não, a lei não define um prazo máximo para a prisão preventiva. Isso pode gerar discussões sobre possíveis abusos.

Quais são as alternativas à prisão preventiva?

Alternativas incluem medidas cautelares como comparecer em juízo e proibição de acesso a locais. Também monitoramento eletrônico e fiança, sempre buscando soluções menos gravosas.

Como é feito o processo de revogação da prisão preventiva?

A revogação pode ser feita por habeas corpus ou por mudanças nas circunstâncias. Isso inclui a superveniência de fatos novos ou colaboração com as investigações.

Quais são os requisitos para que a prisão preventiva seja considerada legal?

Os requisitos legais são a prova do crime, indícios de autoria e a presença do fumus commissi delicti e do periculum libertatis. Isso está previsto no Código de Processo Penal.

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Dr. Gabriel Magalhães

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OAB RJ 197.254 – Advogado e Administrador no escritório Magalhães e Gomes Advogados, com mais de 10 anos de experiência e atuação em mais de 10 mil processos. Especialista em diversas áreas jurídicas.

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